Prevenção: Vacina da gripe é antecipada

Além da dengue que continua sendo um grave problema de saúde no município de Taubaté e outros municípios e também com a circulação precoce do vírus da gripe pelo Brasil, o Ministério da Saúde antecipou o período de campanha vacinal. O que geralmente costumava ser entre abril e maio, agora começou na segunda-feira já em 25 de março em todas as regiões do País, menos no Norte, onde o clima particular local justifica que a ação aconteça no segundo semestre.

Apesar de disponíveis na rede privada de saúde a qualquer pagante, as vacinas contra a gripe ministradas gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) são destinadas a grupos específicos, conforme explica a Dra. Elisabeth Fernandes, pediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). “Todos os anos, o Ministério da Saúde organiza a campanha de vacinação, com foco nas crianças e em determinados públicos”, conta, ao elencar os protagonistas deste ano:

Crianças de 6 meses a 6 anos Gestantes e puérperas Trabalhadores da saúde Idosos com 60 anos ou mais Professores Pessoas com doenças crônicas não transmissíveis Pessoas com deficiência permanente Povos indígenas Profissionais das forças de segurança e e das forças armadas Caminhoneiros Trabalhadores de transporte coletivo rodoviário e portuário Servidores do sistema prisional Adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas e população privada de liberdade.

A médica conta ainda que as vacinas aplicadas pelo SUS e as da rede privada são diferentes. “Atualmente, temos disponíveis no Brasil dois tipos de vacinas da gripe: a trivalente e a tetravalente. A vacina do SUS é a trivalente, que cobre 2 cepas do vírus infl uenza A (H1N1, H3N2) e 1 cepa do B (linhagem Victoria). Nas clínicas privadas, a vacina oferecida é a tetravalente, que cobre 2 cepas do vírus infl uenza A (H1N1, H3N2) e 2 cepas do B (linhagem Victoria e Yamagata)”, detalha a Dra. Elisabeth, explicando que quadrivalente tem maior proteção e está disponível somente no particular para todas as idades acima de 6 meses. Segundo ela, quem define a composição dessas vacinas é a Organização Mundial da Saúde (OMS), que faz a vigilância do vírus em todo o mundo.

VACINA NÃO É GARANTIA 100%, MAS DEVE-SE TOMAR

A médica informa que, apesar da importância da vacinação, a sua eficácia depende de uma série de fatores. “Crianças e idosos apresentam eficácia reduzida, da mesma forma que pacientes oncológicos ou com outras doenças autoimunes ou em tratamentos com imunossupressores”, explica a pediatra, ao reforçar que, mesmo assim, é importante se vacinar.

Segundo ela, o esquema vacinal é de apenas uma dose por pessoa, por ano. “Crianças menores de 9 anos que vão receber o imunizante pela primeira vez deverão tomar duas doses, com um intervalo de 30 dias”, ressalva, explicando que a regra vale tanto para a vacina trivalente, quanto para a quadrivalente. A quem se pergunta se a vacina da gripe tem efeitos colaterais, a Dra. Elisabeth diz que há a possibilidade, como em qualquer vacina. Entre os principais possíveis sintomas, ela cita: dor no local da aplicação, inchaço leve e vermelhidão leve no local, febre, dor de cabeça, dor muscular e cansaço. “As reações são leves e autolimitadas. É importante salientar que a vacina é inativada e, portanto, não é capaz de causar a gripe”, complementa a especialista.

HÁ QUEM NÃO DEVA TOMAR A VACINA?

Como regra geral, segundo a Dra. Elisabeth, crianças com febre ou alguma doença aguda (pneumonia, infecção gastrintestinal, etc.) não devem receber a vacina naquele momento. “Assim que ocorra a resolução do processo agudo, a vacina deve ser aplicada”, recomenda.

A médica acrescenta ainda que a vacina pode ser feita nas crianças que já tiveram reação anafi – lática ao ovo com necessidade de atendimento de emergência, desde que em ambiente adequado para tratar manifestações alérgicas graves.


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