A Câmara de Taubaté realizou uma audiência para debater o tema “Nascer em Taubaté – acompanhamento da gestação, pré-parto, parto e pós-parto”. O evento teve iniciativa da vereadora Elisa Representa Taubaté (Novo), por meio do requerimento 536/2024. Elisa contou a experiência que teve durante o parto de sua filha, abordou a necessidade de mais mulheres na política, com objetivo de promover ações em prol da maternidade, e defendeu que as mulheres tenham o direito de escolher o parto humanizado, inclusive com o uso de recursos públicos.
A gestora da atenção primária, Carla Barbosa Silveira, explicou que existe um trabalho feito com a mulher na rede municipal que inicia na descoberta da gestação e prossegue durante todo o pré-natal, incluindo a solicitação de exames e o acompanhamento por meio do ultrassom. Além disso, ela afirmou que o plano de parto humanizado é oferecido à gestante. A enfermeira Elisângela da Costa Ramos Alves lembrou que o planejamento é importante para a saúde feminina, com os cuidados para o corpo e o preparo para o processo de gestação, e por esse motivo ela chamou a atenção para a importância do atendimento na atenção primária à saúde.
A diretora de saúde, Diana Moraes Cardoso Silva, disse que o Hospital Municipal Universitário (H-Mut), onde fica o pronto-socorro ginecológico, recebe verbas federal, estadual e municipal, portanto, a Prefeitura precisa saber e acompanhar os problemas para corrigir e melhorar os procedimentos. Ela ressaltou as emendas parlamentares que permitem a compra de alguns equipamentos para a unidade. A articuladora da atenção básica do Departamento Regional de Saúde, Denise Mendes Ribeiro, destacou ações implantadas na cidade, como o Comitê da Primeira Infância e o Plano Municipal da Primeira Infância (projeto que está em discussão na Câmara), mas lamentou os desafios que foram apresentados durante a audiência, como falta de estímulo para o parto humanizado e de estrutura para atendimento às gestantes.
A obstetriz do coletivo “Do Ventre ao Peito”, Natália Carolina de Castro Faria, afirmou que “não enxerga” a conexão entre a atenção básica, o Banco de Leite e o H-Mut. Ela lamentou que, mesmo diante de 11 anos trabalhando com parto humanizado e buscando melhorias para as gestantes, não tem visto integração na rede de atendimento. A fisioterapeuta pélvica, Cleidiane Noronha Mota Gomes, da Casa da Mãe Taubateana, atua há 15 anos como na área uroginecológica e relatou que, em 2015, decidiu que sua fi lha nasceria em Jacareí, pois reconheceu que somente lá teria a assistência multidisciplinar que buscava, além da confiança na equipe, para parir de forma respeitosa.
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