O Brasil registrou, ao fim do ano de 2024, um total de 85 milhões de habilitados, de acordo com a Secretaria Nacional de Trânsito. Segundo o estudo, foram aplicadas 75 milhões de multas em todo o território nacional, o que reforça a necessidade da atenção redobrada na condução de um veículo. Para além das multas, desvios de foco no trânsito podem causar acidentes graves. Casos, como usar o celular enquanto estiver no semáforo, são realizados pelos condutores. Acontece que muitos motoristas acreditam que a ação é permitida, o que é um mito comum. Isso porque, mesmo parado, o artigo 252, do Brasileiro, proíbe a prática e considera infração gravíssima.
Laura Diniz, especialista em Direito de Trânsito e diretora de operações da SÓ Multas – empresa especializada em soluções de trânsito – resolveu desvendar alguns “mitos e verdades” sobre o trânsito brasileiro. “São falhas que fazem parte do cotidiano, mesmo que não percebidas. A educação e a fiscalização nas vias passam a ter um papel ainda mais importante nesse sentido”, afirma.
Furar semáforo à noite não gera multa: mito.
O Código de Trânsito não faz nenhuma distinção de horário para o avanço no sinal vermelho. A ação é considerada infração gravíssima e resulta em multa com perda de sete pontos na carteira. Laura afirma que “esse é um dos mitos mais perigosos do trânsito” e completa: “em algumas cidades, há acordos para que radares não multem durante a madrugada, mas não anulam a infração”.
Cinto de segurança só é obrigatório na frente: mito.
O uso do cinto de segurança é obrigatório para todos os passageiros do veículo, mesmo que estejam no banco de trás. “O que acontece é que muita gente ignora essa exigência, mas ela está prevista no Código de Trânsito. Em caso de acidente, quem está sem cinto no banco traseiro corre risco de morte e pode causar lesões em quem está na frente”, afirma.
Proibido ultrapassar pela direita: meia verdade
A especialista pontua que há ressalvas nessa afirmação. Segundo ela, em vias com mais de uma faixa no mesmo sentido – como avenidas e rodovias, é permitido ultrapassar pela direita. Além disso, a ação só é possível se o veículo da frente estiver sinalizando a intenção de entrar à esquerda. “Somente nessas condições, a ultrapassagem é permitida”, explica. Moto pode trafegar no corredor: verdadeiro (com ressalvas)
Segundo Diniz, “não existe nenhuma proibição expressa sobre esse tema. Porém, é aconselhado aos motociclistas que adotem extrema prudência ao andarem no corredor, já que configura ultrapassagem indevida. O ideal é trafegar quando o trânsito estiver parado ou lento, mantendo cautela e velocidade reduzida”.
Pode fumar dirigindo: mito.
Embora não haja uma lei específica que proíba fumar enquanto dirige, conduzir usando apenas uma das mãos consiste em infração média, o que resulta na perda de quatro pontos.
“Se o motorista tirar sua atenção do volante devido à ação ou colocar a vida de outros em risco – por exemplo, perdendo o controle, ele pode ser autuado por direção perigosa”, esclarece. Vale do Paraíba
A Região Metropolitana do Vale do Paraíba fechou o primeiro semestre de 2025 com 196 mortes no trânsito. No primeiro semestre do ano passado, foram registradas 172 mortes, configurando assim um aumento de 14%. O primeiro semestre de 2025 foi o período com maior número de mortes no trânsito do Vale do Paraíba desde 2016, quando a série histórica do Infosiga teve início. Quando comparado ao primeiro semestre de 2024, apenas o mês de abril registrou queda no número de óbitos no trânsito.
Dentre as 196 mortes do semestre, 154 das vítimas eram homens (79%) e 42 eram mulheres (29%). Desse total, foram registradas 79 mortes em motocicletas (41%), 51 em automóveis (26%), 31 foram em bicicletas (16%) e 23 pessoas eram pedestres (12%). Além disso, seis mortes foram caminhões, duas em ônibus e outros três não foram especificados. Do total de 196 mortes, 98 aconteceram em rodovia (50%), 87 em vias municipais (44,4%) e 11 casos não foram divulgados onde ocorreram (5,6%). Em relação a jurisdição da via, 87 acidentes (44,4%) aconteceram em vias municipais, 50 (25,5%) casos foram em rodovias estaduais e 48 registros (24,5%) foram em rodovias federais.
Descubra mais sobre Voz do Vale Online
Assine para receber os posts mais recentes por e-mail.