A confiança do empresário paulistano subiu 1,8% em julho, na comparação com junho. Em relação ao mesmo período do ano passado, porém, houve queda de 3,7%. Os dados são do Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de SP. O avanço do indicador é sustentado pela desaceleração da inflação e pelo aumento das vendas em datas comemorativas, e não por uma melhora no cenário da política econômica, que continua gerando cautela entre os empreendedores em razão do aumento de impostos e da ausência de perspectivas de corte de gastos. Após cinco quedas consecutivas, entre dezembro e abril, que levaram o indicador ao menor nível em quase quatro anos, o ICEC reagiu e marcou a terceira elevação seguida em julho, atingindo 102,8 pontos, numa escala de 0 a 200, em que os 100 pontos representam a linha divisória entre o pessimismo e o otimismo.
Essa melhoria na avaliação da situação atual provavelmente decorre das vendas do Dia das Mães e do Dia dos Namorados, além de fatores como a desaceleração inflacionária. No entanto, a continuidade do índice na faixa do pessimismo reflete um sentimento de insatisfação por parte dos empresários, indicando que, embora as vendas tenham crescido nos últimos meses, eles ainda lidam com problemas relacionados a rentabilidade, pressão de custos, juros elevados, política econômica do governo, entre outros.
Empresários cautelosos
Quando se trata do futuro, os empresários também não demonstram grandes expectativas, principalmente graças à política econômica, ao aumento de impostos e à falta de perspectivas em relação à redução de gastos. O Índice de Expectativa do Empresário do Comércio (IEEC), que também compõe o ICEC, voltou a cair em julho após três altas consecutivas. As quedas foram de 0,8%, na comparação mensal, e de 5,8%, na anual.
Como a Entidade vem alertando nos últimos meses, embora as vendas estejam apresentando bons resultados, o cotidiano das empresas ainda é marcado por dificuldades, como margens apertadas, crédito caro, empréstimos contraídos durante a pandemia (que ainda precisam ser pagos), entre outros fatores que afetam a rentabilidade e a lucratividade, além dos negócios em recuperação judicial ou que faliram. Os dados de vendas, ainda que positivos, já indicam sinais de desaceleração. Por isso, é importante que as empresas adotem uma certa dose de cautela na formação dos estoques e na realização de novos investimentos, alerta a Federação.
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