Concessão da Estrada de Ferro Campos do Jordão

Com a realização das duas audiências públicas — uma presencial, em Campos do Jordão, e outra online — na última semana, o processo de concessão da Estrada de Ferro Campos do Jordão (EFCJ) avança para as próximas etapas previstas no cronograma do Governo do Estado de São Paulo. O projeto, conduzido pela Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI), visa transformar o complexo ferroviário em um polo turístico regional, com previsão de R$ 404 milhões em investimentos ao longo de 24 anos. As audiências permitiram que moradores, especialistas e entidades conhecessem o projeto em detalhes e apresentassem sugestões. Agora, o governo analisará as contribuições recebidas até o encerramento da consulta pública, que segue aberta até 23 de junho.

O que vem a seguir

Com o encerramento da fase de escuta pública, o processo entra na reta final de preparação:

  • Análise das contribuições e ajustes no projeto: As sugestões feitas pela sociedade civil poderão ser incorporadas à versão final do edital.
  • Publicação do edital de concessão: Prevista para o 4º trimestre de 2025, essa etapa formaliza as regras, exigências e contrapartidas para empresas interessadas na concessão.
  • Realização do leilão: Também prevista para o 4º trimestre de 2025, será o momento em que grupos empresariais disputarão o direito de operar o complexo turístico ferroviário.
  • Assinatura do contrato com a vencedora: Caso o cronograma se mantenha, a formalização ocorrerá no 2º trimestre de 2026.

Concessão com foco turístico

O projeto da SPI prioriza a vocação turística da ferrovia, incluindo a reativação da Maria Fumaça, requalificação de estações, oficinas e espaços históricos, além da integração com o Museu da Memória Ferroviária e o Parque Reino das Águas Claras. “Mesmo com as melhorias que vamos fazer, é difícil competir com outros meios de transporte de massa, como os ônibus urbanos”, destacou o presidente da Companhia Paulista de Parcerias (CPP), Edgard Benozatti.

Consulta pública ainda aberta

Interessados em contribuir ainda podem acessar o site da Secretaria de Parcerias em Investimentos e enviar sugestões até 23 de junho de 2025.

História

A Estrada de Ferro Campos do Jordão foi idealizada pelos médicos sanitaristas Emílio Marcondes Ribas e Victor Godinho com o objetivo de facilitar aos seus pacientes um acesso mais rápido e confortável a Campos do Jordão,

por esta ser uma vila no alto da Serra da Mantiqueira, com clima da montanha ideal para as pessoas tratarem-se da tuberculose. Sua construção foi autorizada pelo Governo do Estado de São Paulo em 28 de novembro de 1910,sendo iniciada em 27 de abril de 1912. Foi inaugurada em novembro de 1914.

Outro papel importante que a ferrovia exerceu foi nas comunicações regionais, por meio da operação do serviço telefônico. Implantado no ano de 1917, inicialmente era voltado para as necessidades do controle de tráfego, mas logo passou a atender também aos moradores dos municípios servidos pela ferrovia. A Estrada de Ferro Campos do Jordão opera no sistema de simples aderência roda-trilho nos trechos de serra, tendo uma velocidade máxima de 45 km/h em nível em seu trecho de subúrbios (entre Pindamonhangaba e Piracuama), 22 km/h nos trechos de serra e 30 km/h dentro do perímetro urbano de Campos do Jordão, sendo eletrificada em todos os seus 47 quilômetros.


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