Pinda defende inclusão na concessão da Estrada de Ferro Campos do Jordão

A Prefeitura de Pindamonhangaba entregou ao governador Tarcísio de Freitas, um relatório demonstrativo do potencial turístico, histórico e cultural do trecho da Estrada de Ferro Campos do Jordão (EFCJ) localizado no município. O documento foi encaminhado oficialmente no à Companhia Paulista de Parcerias (CPP), reforçando o pleito da cidade para inclusão obrigatória do trecho de Pinda no processo de concessão da ferrovia. O relatório foi elaborado com base no Plano Diretor de Turismo, em dados oficiais e no histórico de atrativos da cidade. O material demonstra a relevância de Pindamonhangaba como polo turístico no Vale do Paraíba, destacando sua posição estratégica entre os destinos de Aparecida e Campos do Jordão, além do acervo natural, histórico e cultural preservado.

De acordo com o prefeito Ricardo Piorino, a revitalização da ferrovia é estratégica para o desenvolvimento da cidade. “A Estrada de Ferro Campos do Jordão nasceu em Pindamonhangaba e tem um valor imenso para nossa memória, nossa cultura e nossa economia. O retorno do trem de serra representa a conexão entre passado e futuro, e tem potencial para gerar emprego, atrair turistas e movimentar toda a região”, afirmou.

O relatório é subscrito pela Prefeitura, Câmara de Vereadores, Conselhos Municipais de Cultura, Turismo e Patrimônio Histórico, e reforça o pedido para que a concessão da EFCJ contemple a obrigatoriedade de revitalização do patrimônio ferroviário no trecho de Pinda, bem como o retorno de sua operação regular. A secretária de Cultura e Turismo, Rebeca Guaragna, ressalta que os dados históricos comprovam a relevância do município no contexto da ferrovia. “Entre 2001 e 2012, os trens turísticos movimentaram milhares de passageiros. O Trem de Serra, o Parque Reino das Águas Claras e o Trem Turístico Piracuama demonstram que há demanda reprimida. Ignorar Pinda no processo de concessão é desconsiderar o berço da EFCJ e todo seu potencial turístico”, destacou.

Importância Histórica

A EFCJ foi inaugurada em 1914 para transporte sanitário de pacientes com tuberculose até Campos do Jordão, idealizada pelos médicos sanitaristas Emílio Ribas, Victor Godinho e Domingos Nogueira Jaguaribe. Com 47 km de extensão, a ferrovia é um marco histórico e econômico do Vale do Paraíba. O trem de serra teve suas atividades suspensas em 2019 após deslizamentos e, posteriormente, com a pandemia, ficou totalmente paralisado, sofrendo com furtos e falta de manutenção. A Prefeitura também enviou ao Governo o projeto complementar “Trilhos e Trilhas – Circuito Cicloturístico da Mantiqueira”, que propõe a criação de uma ciclovia com cerca de 23,7 km ao longo do antigo trajeto ferroviário no trecho de Pindamonhangaba. A proposta integra turismo, natureza e cultura, com foco em aventura, ecoturismo e religiosidade, e é vista como potencial indutor de desenvolvimento local.

O documento ainda apresenta recomendações estratégicas como: Tombamento do Parque Reino das Águas Claras, dada sua relevância histórica e alto índice de visitação; Obrigatoriedade da operação do trecho Pindamonhangaba–Campos do Jordão, evitando que a concessão concentre investimentos apenas em Campos e Santo Antônio do Pinhal; Distribuição equitativa dos investimentos e benefícios, com valorização do patrimônio ferroviário em toda sua extensão. A Prefeitura de Pindamonhanga segue seu compromisso de garantir que a cidade seja incluída neste importante projeto de concessão da EFCJ, que pode transformar a ferrovia em um grande vetor de desenvolvimento sustentável, turismo e preservação da história regional.

Potencial da Estrada de Ferro em Números:

Trem de Serra

2001 – 8.763 passageiros

2005 – 17.558 passageiros 2012 – 19.432 passageiros

Parque Reino das Águas Claras

2001 – 15.764 visitantes

2007 – 45.917 visitantes

2010 – 39.929 visitantes

Trem Subúrbio

2001 – 16.038 passageiros

2007 – 21.730 passageiros

2010 – 34.840 passageiros

2017 – 47.021 passageiros

Trem do Forró

2014 – 1.112 participantes

2015 – 2.459 participantes

2018 – 3.385 participantes

2019 – 3.804 participantes

Após 2018, com o sucateamento da ferrovia, todas as atividades turistícas foram gradativamente sendo paralisadas


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